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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA- INÍCIO

PRÓLOGO

"PAI, ... a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único verdadeiro, e aquele que
enviaste, Jesus Cristo" (Jo 17,3). "Deus, nosso Salvador ... quer que todos os homens sejam salvos e cheguem
ao conhecimento da verdade" (1 Tm 2,3-4). "Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo
qual devamos ser salvos" (At 4,12), afora o nome de JESUS.

I - A VIDA DO HOMEM CONHECER E AMAR A DEUS
1) Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade,
criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre e
em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá- lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas
as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja.
Faz isto por meio do Filho, que enviou como Redentor e Salvador quando os tempos se cumpriram. Nele e
por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e portanto os herdeiros de
sua vida bem-aventurada.
2) A fim de que este chamado ressoe pela terra inteira, Cristo enviou os apóstolos que escolhera,
dando-lhes o mandato de anunciar o Evangelho: "Ide, fazei que todas as naçes se tornem discípulos,
batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos
ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumaço dos séculos" (Mt 28,19-20). Fortalecidos
com esta missão, os apóstolos “saíram a pregar por toda parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a
Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam" (Mc 16,20).
3) Os que com a ajuda de Deus acolheram o chamado de Cristo e lhe responderam livremente foram
por sua vez impulsionados pelo amor de Cristo a anunciar por todas as partes do mundo a Boa Notícia. Este
tesouro recebido dos apóstolos foi guardado fielmente por seus sucessores. Todos os fiéis de Cristo são
chamados a transmiti- lo de geraço em geraço, anunciando a fé, vivendo-a na partilha fraterna e
celebrando-a na liturgia e na oraço .

II. Transmitir a fé - a catequese
4) Bem cedo passou-se a chamar de catequese o conjunto de esforços empreendidos na Igreja para
fazer discípulos, para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, por meio da fé,
tenham a vida em nome dele, para educá-los e instruí- los nesta vida, e assim construir o Corpo de Cristo. .
5) "A catequese é uma educaço da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende
especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de
os iniciar na plenitude da vida cristã."
6) Sem confundir-se com eles, a catequese se articula em torno de determinado número de elementos
da missão pastoral da Igreja que têm um aspecto catequético e que preparam a catequese ou dela
derivam: primeiro anúncio do Evangelho ou pregaço missionária para suscitar a fé; busca das razões de
crer; experiência de vida cristã; celebraço dos sacramentos; integraço na comunidade eclesial; testemunho
apostólico e missionário.
7) "A catequese anda intimamente ligada com toda a vida da Igreja. Não é somente a extensão
geográfica e o aumento numérico, mas também e mais ainda o crescimento interior da Igreja, sua
correspondência ao desígnio de Deus que dependem da catequese mesma."


8) Os períodos de renovaço da Igreja são também tempos fortes da catequese. Eis por que, na
grande época dos Padres da Igreja, vemos Santos Bispos dedicarem uma parte importante de seu ministério
à catequese. É a época de São Cirilo de Jerusalém e de São João Crisóstomo, de Santo Ambrósio e de
Santo Agostinho, e de muitos outros Padres cujas obras catequéticas permanecem como modelos.
9) O ministério da catequese haure energias sempre novas nos Concílios. O Concílio de Trento
constitui neste ponto um exemplo a ser sublinhado: deu à catequese prioridade em suas constituiçes e em
seus decretos; está ele na origem do Catecismo Romano, que também leva seu nome e constitui uma obra de
primeira grandeza como resumo da doutrina cristã. Este concílio suscitou na Igreja uma organizaço notável
da catequese. Graças a santos bispos e teólogos, tais como São Pedro Canísio, São Carlos Borromeu, São
Turíbio de Mogrovejo, São Roberto Belarmino, levou à publicaço de numerosos catecismos.
10) Diante disto, não estranha que, no dinamismo que seguiu o Concílio Vaticano II (que o papa
Paulo VI considerava como grande catecismo dos tempos modernos), a catequese da Igreja tenha novamente
despertado a atenço. Dão testemunho deste fato o Diretório geral da Catequese, de 1971, as sessões do
Sínodo dos Bispos dedicadas à evangelizaço (1974) e à catequese (1977), as exortaçes apostólicas
correspondentes, Evangelii nuntiandi (1975) e Catechesi tradendae (1979). A sessão extraordinária do
Sínodo dos Bispos de 1985 pediu: "Seja redigido um catecismo ou compêndio de toda a doutrina católica
seja sobre a fé seja sobre a moral". O Santo Padre João Paulo II endossou este desideratum expresso pelo
Sínodo dos Bispos, reconhecendo que "este desejo responde plenamente a uma verdadeira necessidade da
Igreja universal e das Igrejas particulares". Ele envidou todos os esforços em prol da realizaço deste
desideratum dos Padres do Sínodo.

III. O OBJETIVO E OS DESTINATÁRIOS DESTE CATECISMO
11) O presente Catecismo tem por objetivo apresentar uma exposiço orgânica e sintética dos
conteúdos essenciais e fundamentais da doutrina católica tanto sobre a fé como sobre a moral, à luz do
Concílio Vaticano II e do conjunto da Tradiço da Igreja. Suas fontes principais são a Sagrada Escritura, os
Santos Padres, a Liturgia e o Magistério da Igreja. Destina-se ele a servir "como um ponto de referência
para os catecismos ou compêndios que são elaborados nos diversos países".
12) O presente Catecismo é destinado principalmente aos responsáveis pela catequese: em primeiro
lugar aos Bispos, como doutores da fé e pastores da Igreja. É oferecido a eles como instrumento no
cumprimento de seu ofício de ensinar o Povo de Deus. Por meio dos Bispos, ele se destina aos redatores de
catecismos, aos presbíteros e aos catequistas. Será também útil para a leitura de todos os demais fiéis
cristãos.

IV. A ESTRUTURA DESTE CATECISMO
13) O projeto deste Catecismo inspira-se na grande tradiço dos catecismos que articulam a
catequese em tomo de quatro "pilares": a profissão da fé batismal (o Símbolo), os sacramentos da fé, a vida
de fé (os Mandamentos), a oraço do crente (o "Pai-Nosso").

PARTE 1: A PROFISSÃO DA FÉ
14) Os que pela fé e pelo Batismo pertencem a Cristo devem confessar sua fé batismal diante dos
homens. Por isso, o Catecismo começa por expor em que consiste a Revelaço, pela qual Deus se dirige e se
doa ao homem, bem como a fé, pela qual o homem responde a Deus (Seço 1). O Símbolo da fé resume os
dons que Deus outorga ao homem como Autor de todo bem, como Redentor, como Santificador, e os articula
em tomo dos "três capítulos" de nosso Batismo a fé em um só Deus: o Pai Todo-Poderoso, o Criador, Jesus
Cristo, seu Filho, nosso Senhor e Salvador, e o Espírito Santo, na Santa Igreja (Seço II).

PARTE II: OS SACRAMENTOS DE FÉ
15) A segunda parte do Catecismo expõe como a salvaço de Deus, realizada uma vez por todas
por Cristo Jesus e pelo Espírito Santo, se toma presente nas açes sagradas da liturgia da Igreja (Seço 1),
particularmente nos sete sacramentos (Seço II).



PARTE III: A VIDA DA FÉ
16) A terceira parte do Catecismo apresenta o fim último do homem, criado à imagem de Deus: a
bem-aventurança e os caminhos para chegar a ela: mediante um agir reto e livre, com a ajuda da fé e da
graça de Deus (Seço I), por meio de um agir que realiza o duplo mandamento da caridade, desdobrado
nos dez Mandamentos de Deus (Seço II).

PARTE IV: A ORAÇO NA VIDA DA FÉ
17) A última parte do Catecismo trata do sentido e da importância da oraço na vida dos crentes
(Seço 1). Ela termina com um breve comentário sobre os setes pedidos da oraço (Seço II), Com efeito,
nesses sete pedidos encontramos o conjunto dos bens que devemos esperar e que nosso Pai celeste quer
conceder-nos.

V. INDICAÇES PRÁTICAS PARA O USO DESTE CATECISMO
18) Este Catecismo foi pensado como uma exposiço orgânica de toda a fé católica. Por isso é
preciso lê -lo como uma unidade. Numerosas referências dentro do próprio texto, bem como o índice analítico
no fim do volume permitem ver a ligaço de cada tema com o conjunto da fé.
19) Muitas vezes os textos da Sagrada Escritura não são citados literalmente, mas são feitas apenas
referências (mediante a indicaço "cf."). Para uma compreensão mais aprofundada de tais passagens, é
preciso consultar os próprios textos. Essas referências bíblicas constituem um instrumento de trabalho para a
catequese.
20) Quando em certas passagens se usa corpo menor, graficamente isto indica que se trata de
observaçes de tipo histórico, apologético, ou de exposiçes doutrinais complementares.
21) As citaçes, em corpo menor, de fontes patrísticas, litúrgicas, magisteriais ou hagiográficas são
destinadas a enriquecer a exposiço doutrinal. Com freqüncia esses textos foram escolhidos para uso
diretamente catequético.
22) No final de cada unidade temática, uma série de textos sucintos resumem em fórmulas
condensadas o essencial do ensinam do ensinamento. Esses "resumindo" têm por objetivo oferecer sugestões a
catequese local para fórmulas sintéticas e memorizáveis.

VI. AS ADAPTAÇES NECESSÁRIAS
23) Neste Catecismo a ênfase é posta na exposiço doutrinal. Quer ele ajudar a aprofundar o
conhecimento da fé. Por isso mesmo está orientado para o amadurecimento desta fé, para seu enraizamento
na vida e sua irradiaço no testemunho.
24) Por sua própria finalidade, este Catecismo não se propõe realizar as adaptaçes da exposiço
e dos métodos catequéticos exigidas pelas diferenças de culturas, de idades, de maturidade espiritual, de
situaçes sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese é dirigida. Tais adaptaçes indispensáveis cabem
aos catecismos apropriados e mais ainda aos que ministram instruço aos fiéis:
Aquele que ensina deve "fazer-se tudo para todos" (1 Cor 9,22), a fim de conquistar todos para
Jesus Cristo... Particularmente, não imagine ele que lhe é confiado um único tipo de almas, e que
conseqüentemente lhe é permitido ensinar e formar de modo igual todos os fiéis à verdadeira piedade, com
um só e mesmo método, sempre igual! Saiba ele bem que uns são em Jesus Cristo como que criancinhas
recém-nascidas, outros, como que adolescentes, e finalmente alguns estão como que na posse de todas as
suas forças... Os que são chamados ao ministério da pregaço devem, na transmissão dos mistérios da fé e
das regras dos costumes, adaptar suas palavras ao espírito e à inteligência de seus ouvintes.

ACIMA DE TUDO A CARIDADE


25) Para concluir este Prólogo, é oportuno lembrar este princípio pastoral enunciado pelo Catecismo
Romano:
Toda a finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser posta no amor que não acaba. Com efeito,
pode-se facilmente expor o que é preciso crer, esperar ou fazer; mas sobretudo é preciso fazer sempre com
que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude
perfeitamente cristão não tem outra origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor.

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