PROCURE NO GOOGLE AQUI NO BLOG!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SACRAMENTOS ( TEXTO 2)

Obrigado amigo(a) por fazer o download da nossa apostila, mas conto muito com a sua ajuda na divulgação de nosso site, para para isso basta você visitar o nosso site e votar no Top CatólicaNet. Nós não ganhamos nenhum valor lucrativo em dinheiro ao participar desses concursos e sim a divulgação do site o que nos proporciona enviar todo esse conteúdo a um número maior de pessoas. Por favor eu conto muito com o seu voto para que eu possa continuar a dar continuidade nesse trabalho. Desde já agradeço pelo seu voto. Que Deus te abençoe na sua caminhada de evangelização.
http://www.catequisar.com.br

O que é um Sacramento ?

Procuremos, em primeiro lugar, compreender bem o que é um sacramento, donde vem e para que serve. Esta simples noção fará cair já a maior parte das objeções, como, perante a exposição clara da verdade, dissipam-se todos os erros.

O catecismo diz que "sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las."

Desta definição resulta que três coisas são exigidas para constituir um sacramento:

a) "Um sinal sensível", representativo da natureza da graça produzida. Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento.

b) Deve ser "instituído por Jesus Cristo", porque só Deus pode ligar um sinal visível a faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu pessoalmente os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância.

c) "Para produzir a graça". Isto é, distribuir-nos os efeitos e méritos da redenção que Jesus Cristo mereceu por nós, na cruz... Os sacramentos comunicam esta graça, "por virtude própria", independente das disposições daquele que os administra ou recebe. Esta qualidade, chamada pela teologia "ex opere operato", distingue os sacramentos da "oração", das "boas obras" e dos "sacramentais", que tiram a sua eficácia "ex opere operantis" das disposições do sujeito.

Os sacramentos não são meras representações?

Ninguém pode dizer que os sacramentos são meras cerimônias exteriores, e afirmar testemunhando que a graça está na alma, sem o poder de infundi-la. Isso é um erro fundamental e grosseiro.

Para provar irrefutavelmente a necessidade dos sacramentos, é preciso recorrer à sublime doutrina da graça, ou da nossa vida sobrenatural. Os sacramentos são, de fato, os meios, os canais, para transmitir-nos a graça divina, os merecimentos de Jesus Cristo.

A graça, que a teologia define "um dom sobrenatural de Deus", por causa dos méritos de Jesus Cristo, como meio de salvação, é tudo na religião católica, é sua seiva, o seu sopro, a sua alavanca.

Querendo ou não, todos os homens devem viver da graça ou se perderão eternamente. Ou escolhem a vida de Cristo que é a graça, ou a vida da carne que é o vício; a salvação ou a perdição.

Santo Agostinho define a graça da seguinte forma: "A graça é como o prazer que nos atrai... Não há nada de duro na santa violência com que Deus nos atrai... tudo é suave e benfazejo" (Sermo 133, cap. XI). Esta palavra é admirável: a graça é um verdadeiro poder atrativo, que provém à vontade, a estimula e leva a Deus, a atrai por deleitação interior, e faz amar, como por instinto, Aquele que a nossa razão devia amar acima de tudo: Deus. Este termo "atrativo" parece novo em teologia, entretanto ele é a expressão da palavra de Nosso Senhor: "Ninguém pode vir a mim, se Aquele que me enviou não o atrair" (Jo 8, 22). E esta outra: "Uma vez levantado da terra, atrairei tudo a mim - omnia traham ad meipsum" (Jo 12, 32).

O que é a graça e a necessidade dos sacramentos?

A graça em seu princípio é, pois, a vida de Deus em nós: "Participatio quaedam naturae divinae", diz Santo Tomás.

Para comunicar-nos a sua vida, Deus podia agir imediatamente sobre a nossa alma; ele o faz às vezes. A simples elevação dos nossos corações, pela oração, podia produzir este efeito, mas além desta ação imediata de Deus sobre a alma, além do meio da oração, Deus instituiu meios particulares para comunicar-nos as suas graças, meios obrigados, indispensáveis: estes meios são os sacramentos.

Vejamos esta necessidade; está admiravelmente descrita por S. Paulo (Rom. 6, 1-14): "Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum" (6, 1). "Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos" (8). "O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça" (14).

Há, pois, duas vidas em nós: a vida do pecado e a da graça. Ora, esta graça é o dom de Deus, proveniente dos méritos de Jesus Cristo. É a seiva desta graça que deve circular em nós: "Nós somos os ramos, Cristo é o tronco" (Jo 15, 4-5). Deve haver união completa, íntima entre os meios de transmissão da graça e a alma que recebe esta graça, como há união completa entre o tronco e os ramos.

Na oração e nas boas obras esta união completa não existe... Deve haver outro meio e este meio são os sacramentos. Os sacramentos tornam-se, neste sentido, os canais transmissores da graça divina às almas. Canais estabelecidos por Jesus Cristo, como veremos, e portanto necessários.

Como provar a existência dos sete sacramentos?

É um dogma, definido pelo Concílio de Trento, que existem os sacramentos e que são em número de sete.

São, pois, sete os sacramentos, nem mais, nem menos. A Igreja católica sempre ensinou e sempre ensinará que há sete sacramentos, porque assim recebeu o ensino dos Apóstolos, tanto pela Tradição, como pelo Evangelho, e assim o vai transmitindo aos séculos. Nunca houve discussão a este respeito na Igreja, embora não encontremos nos primeiros séculos a enumeração metódica que hoje empregamos na citação dos sacramentos.

Três argumentos temos às mãos para provar a tese dos sete sacramentos, e todos três são irrefutáveis:

A crença dos séculos

O bom-senso

O Evangelho

A) Crença Secular

O primeiro argumento da crença popular desta verdade parece remontar ao século V, quando até mesmos os hereges, como os monofisitas e os nestorianos, aceitavam o número dos sete sacramentos. Em textos deles é explícito o número de sete sacramentos, recebidos da Igreja Romana.

b) O Bom-senso

É apenas argumento de conveniência, é certo, mas este argumento tem o seu valor pela analogia perfeita que estabelece entre as leis da vida natural e as leis da vida sobrenatural.

Santo tomas explica admiravelmente esta analogia. Os sete sacramentos reunidos são necessários e bastam para a vida, conservação e prosperidade espiritual, quer do corpo inteiro da Igreja, quer de cada membro em particular.

Os cinco primeiros são estabelecidos para o aperfeiçoamento pessoal, os dois últimos para o governo e a multiplicação da Igreja.

Na ordem natural, para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1o. nascer; 2o. fortificar-se; 3o. alimentar-se; 4o. curar-se na enfermidade; 5o. refazer-se nos achaques da velhice.

Para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1o. Autoridade para governar, 2o. Propagação para perpetuar-se.

Tal é a ordem natural. Temos os mesmos elementos na ordem espiritual:

1o. O batismo é o nascimento da graça

2o. A crisma é o desenvolvimento da graça

3o. A eucaristia é o alimento da alma

4o. A penitência é a cura das fraquezas da alma

5o. A unção dos enfermos é o restabelecimento das forças espirituais

6o. A ordem gera a autoridade sacerdotal

7o. O matrimônio assegura a propagação dos católicos e das suas doutrinas.

Os sete sacramentos são, deste modo, como outros tantos socorros, dispostos ao longo do caminho da vida, para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice; para as duas principais "carreiras" que se oferecem: sacerdócio e casamento.

Não se pode negar que a analogia é admirável e estabelece que deve haver sete sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um supérfluo; todas as necessidades estão preenchidas.

c) O Evangelho

Estarão expressos no Evangelho os sete sacramentos? Perfeitamente! O que o muitos não conseguem entender é que Jesus não citou o número de 7, mas citou os sacramentos.

O Evangelho não fala de sete sacramentos, mas vai enumerando todos os sete, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo:

O Batismo

Sua instituição e preceito estão positivamente marcados nos seguintes textos: "Em verdade vos digo, disse Jesus a Nicodemos, quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3, 5). "Ide, ensinai todas as gentes, disse Jesus a seus discípulos, batizando-as, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). "O que crer e for batizado, será salvo", (Mc 16, 61). "Recebe o batismo e lava os teus pecados", disse Ananias a Saulo (At 22, 16). Os Apóstolos administravam o batismo a todos os que desejavam alistar-se na religião nova. Três mil pessoas receberam o batismo das mãos de S. Pedro, no dia de pentecostes (At 2, 38-41).

A Crisma

Os atos dos apóstolos provam que o seu rito exterior consiste na imposição das mãos, diferente do batismo que utiliza a água. Os apóstolos Pedro e João, enviados a Samaria, "punham as mãos sobre os que tinham sido batizados", e recebiam estes o Espírito Santo (At 8, 12-17). Do mesmo modo, S. Paulo, vindo a Éfeso, batizou, em nome de Jesus Cristo, discípulos de João e a "eles impôs as mãos, para que o Espírito Santo baixasse sobre eles" (At 19, 1-6). Para que S. Paulo imporia as mãos sobre quem já era batizado se a Crisma não fosse um sacramento que confirmasse o Batismo, completando os dons do Espírito Santo? Segundo estes textos, compreende-se claramente que Pedro e João de um lado, e Paulo de outro, deram o Espírito Santo, pela imposição das mãos. Ora, uma tal prática seria ridícula, se eles o fizessem fora da vontade e das prescrições do Mestre. A Crisma é, pois, um sacramento instituído por Nosso Senhor.

A Eucaristia

A palavra "Eucaristia" provém de duas palavras gregas "eu-cháris": "ação de graça", e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho.

Essa presença não foi contestada nem mesmo por Lutero. Em carta a seu amigo Argentino (De euch. dist. I, art.) falando sobre o texto evangélico "Isto é o meu corpo", ele diz: "Eu quereria que alguém fosse assaz hábil para persuadir-me de que na Eucaristia não se contém senão pão e vinho: esse me prestaria um grande serviço. Eu tenho trabalhado nessa questão a suar; porém confesso que estou encadeado, e não vejo nenhum meio de sair daí. O texto do Evangelho é claro demais".

Eis, em S. João, os termos de que Jesus Cristo se serviu, falando a primeira vez deste grande sacramento: "Eu sou o pão da vida; vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo, que desci do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente, e o pão que eu darei é a minha carne, para a vida do mundo" (Jo 6, 48-52).

Que clareza nessas palavras! Que quer dizer isso: "Eu sou o pão vivo - o pão que eu darei é a minha carne". É ou não é a carne de Cristo? É ou não é Cristo que será o pão que deve ser comido? Será que Deus não saberia se expressar direito se desejasse fazer uma simples alegoria?

E não é só isso! Nosso Senhor continua, cada vez mais positivo e mais claro: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. O que comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna. Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele. O que me come... viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu... O que come este pão, viverá eternamente!" (Jo 6, 54 - 59).

Eis um trecho claríssimo, que não deixa margem à dúvidas. Nosso Senhor afirma categoricamente: "... minha carne é verdadeiramente comida". É impossível negar algo tão claro: a carne de Cristo, dada aos homens para remissão dos pecados, é para ser comida; e quem comer desta carne "viverá eternamente".

Cristo afirma, repete, reafirma, e explica que o pão que ele vai dar é o "seu próprio corpo" - que seu corpo é uma "comida" - que seu sangue é uma "bebida" - que é um pão celeste que dá a vida eterna.

Ao negar a presença eucarística, se nega as palavras de Cristo.

Cristo diz: "Este é o meu corpo".

Cristo ajunta: "Minha carne é verdadeiramente comida".

Cristo completa: "O que me come... viverá por mim.".

Cristo repete: "O que come a minha carne, fica em mim".

A posição daqueles que rejeitam as verdades dos sacramentos, é igual a posição que tomaram os fariseus: "Como pode este dar-nos a sua carne a comer?" (Jo 6, 53). Retiram-se murmurando: "É duro demais, quem pode ouvir uma tal linguagem!" (Jo 6, 67).

Que fará Jesus, dissipa o equívoco e explica que é simbólico o que Ele acaba de dizer, para que não se perdessem os que se retiravam?

Não! Vira-se para seus Apóstolos e, num tom que não admite réplica, pergunta: "E vós também quereis abandonar-me?" (Jo 6, 68). É como se afirmasse: quem não desejar aceitar a verdade, que retire-se com os outros! A verdade é essa e não muda.

E S. Pedro lança este sublime brado de fé: "Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens as palavras de vida eterna. E nós cremos e conhecemos que tu és Cristo, o Filho de Deus" (Jo 6, 67-70).

É a cena da promessa da eucaristia, que ia sendo preparada por Nosso Senhor em seus Apóstolos, que acreditavam e amavam mesmo sem entender!

Aos que não acreditam nessa graça, cabe uma pergunta muito objetiva: Seria possível Cristo ser tão solene e tão claro, utilizando palavras tão majestosas e escandalizando a tantos incrédulos, apenas para prometer-nos um "pedaço de pão", que devemos comer em sua lembrança?

Seria impossível.

Agora, examinemos a instituição da Eucaristia.

O dia escolhido é a véspera da morte do Messias. Em meio das ternuras lacerantes do adeus, neste momento onde, deixando aqueles que se amam, fala-se com mais coração e com mais firmeza, porque, estando para morrer, não se estará mais para explicar ou interpretar as próprias palavras. Neste momento, pois, num festim preparado com solenidade (Lc 22, 12), impacientemente desejado (Lc 22, 15), eis que se passa:

" Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. " (Lc 22, 19).

" Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. " (Mt 26, 27-28)

Que magnífica simplicidade e previsão nos termos!

O original grego é mais forte ainda: "Isto é o meu corpo, meu próprio corpo, o mesmo que é dado por vós - Isto é meu sangue, meu próprio sangue da nova aliança, o sangue derramado por vós em remissão dos pecados".

E no texto siríaco, tão antigo como o grego, feito no tempo dos Apóstolos, diz-se: O que se nos dá "é o próprio corpo de Jesus, seu próprio sangue".

Não há outro sentido possível nesses textos. É a presença real afirmada, inequivocamente, pelo Messias, Redentor nosso, que derramou seu sangue na Cruz por nossos pecados.

Que precisão nas palavras e que autoridade! Quanto poder nestas palavras: "Lázaro, sai do sepulcro!" E Lázaro sai imediatamente. "Mulher, estás curada!" E ela fica curada. "Isso é meu corpo!" E esse é o corpo do Cristo.

E S. Paulo, na sua epístola aos Coríntios (11, 23 - 30): "Eu recebi do Senhor... que, na noite em que foi traído, tomou o pão. E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei: isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Esta é a nova aliança no meu sangue, fazei isto, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo... Porque o que come e bebe indignamente, como e bebe para si mesmo sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (o sono da morte)" (I Cor 11, 23 - 30).

S. Paulo diz, com esta lógica que lhe é peculiar: "Quem comer este pão ... indignamente, será culpado do corpo do Senhor" (1 Cor 11, 27) - e ainda no mesmo sentido: "O que come indignamente, come a sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor" (1 Cor 11, 29).

Ou seja, S. Paulo afirma que, comungando indignamente, somos culpados do corpo de Jesus Cristo. Ora, como é que alguém pode ser culpado do corpo de Cristo se este corpo não estiver no pão que come?

Comer um pedaço de trigo, sem devoção e com a alma manchada, pode ser um crime, o qual a vítima "come sua própria condenação"?

Aliás, o que S. Paulo afirma acaba condenando o protestantismo: É culpado do corpo do Senhor e come sua própria condenação, quem não discerne o corpo de Cristo de um vulgar pedaço de pão, e come este pão indignamente.

Eis a verdade irrefutável da Eucaristia.

Confissão

A confissão consiste em um sacramento instituído por Jesus Cristo no qual o sacerdote perdoa os pecados cometidos depois do batismo.

Sobre o sacramento da Confissão, devemos analisar o seguinte:

Os homens pecam

É necessário obter o perdão desses pecados

Nosso Senhor instituiu um sacramento para a remissão dos pecados

A confissão deve ser feita a um Padre.

Diferença entre "atrição" e "contrição"

O que é necessário para ser eficaz uma confissão?

Vamos às respostas:

1) Os homens pecam:

Diz a Sagrada Escritura: "O justo cai sete vezes por dia" (Prov 24, 16). E se o próprio justo cai sete vezes, que será do pobre que não é justo?

"Não há homem que não peque" (Ecl 7, 21).

"Aquele que diz que não tem pecado faz Deus mentiroso" (1 Jo 1, 10).

O "Livre Arbítrio" humano permite ao homem realizar atos contrários ao seu criador.

2) É necessário obter o perdão desses pecados:

"Nesta porta do Senhor, só o justo pode entrar" (Sl 117, 20).

"Não sabeis que os pecadores não possuirão o reino de Deus?" (1 Cor 6, 9).

Portanto, para entrar no Reino de Deus, é necessário obter o perdão dos pecados.

3) Nosso Senhor instituiu um sacramento:

Qual é o meio que existe para alcançar o perdão dos pecados?

Nos diz S. João: "Se confessarmos os nossos pecados, diz o Apóstolos, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar-nos de toda injustiça" (1 Jo 1, 8).

Todavia, "aquele que esconde os seus crimes não será purificado; aquele, ao contrário, que se confessar e deixar seus crimes, alcançará a misericórdia" (Prov. 38, 13). "Não vos demoreis no erro dos ímpios, mas confessai-vos antes de morrer" (Ecl 17, 26).

A confissão não é nova, já existia no Antigo Testamento, mas foi elevada à dignidade de Sacramento por Nosso Senhor, que conhecia a fraqueza humana e desejava salvar seus filhos.

No dia da ressurreição, como para significar que a confissão é uma espécie de ressurreição espiritual do pecador, "apareceu no meio dos apóstolos... e, mostrando-lhes as mãos e seu lado... lhes disse: A paz esteja convosco. Assim como meu Pai me enviou, eu vos envio a vós. ... soprando sobre eles: recebei o Espírito Santo... Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21 - 23). O mesmo texto encontra-se em S. Mateus (Mt 28, 20).

Como tudo é claro! Nosso Senhor tinha o poder de perdoar os pecados, como se desprende de S. Mateus (Mt 9, 2-7). Ele transmite esse poder aos seus Apóstolos dizendo: "assim como o Pai me enviou", isto é, com o poder de perdoar os pecados, "assim eu vos envio a vós", ou seja, dotados do mesmo poder. E para dissipar qualquer dúvida, continua: "soprando sobre eles: Recebei o Espírito Santo..." como se dissesse: Recebei um poder divino... só Deus pode perdoar pecados: pois bem... "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21 - 23).

A conclusão é rigorosa: Cristo podia perdoar os pecados. Ele comunicou este poder aos Apóstolos e por eles aos sucessores dos Apóstolos: pois a Igreja é uma sociedade "que deve durar até o fim do mundo" (Mt 28, 20).

O livro dos Atos dos Apóstolos refere que quem se convertia "vinha fazer a confissão das suas culpas" (At 19, 18).

Aqui nós começamos a refutar uma argumentação dos protestantes: cada um se confessa diretamente com Deus.

4) A confissão deve ser feita a um padre:

Pelo próprio livro dos Atos dos Apóstolos, quando se afirma que o convertido "vinha fazer a confissão", fica claro que era necessário um deslocamento da pessoa para realizar a confissão junto aos Apóstolos, pois o verbo "vir" é usado por quem recebe a visita do penitente.

Se a confissão fosse direta com Deus, bastaria pedir perdão de seus pecados, sem precisar 'ir' até a Igreja.

Aliás, S. Tiago é explícito a esse respeito: "confessai os vossos pecados uns aos outros, diz ele, e orai uns pelos outros, a fim de que sejais salvos" (Tgo 5, 16). Isto é, confessai vossos pecados a um homem, que tenha recebido o poder de perdoá-los.

De qualquer forma, a instituição do Sacramento deixa claro o poder que Nosso Senhor conferiu à sua Igreja.

Sem a vontade de se confessar com um outro homem, o pecador demonstra que seu arrependimento não é profundo, pois ele não se envergonha mais de ofender a Deus do que de expor sua honra. No fundo, ama a si mesmo mais do que a Deus e pode estar cometer um outro pecado, ainda mais grave, contra o primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas.

Mas, em não existindo um Padre, como confessar-se? E como ficam os homens no Antigo Testamento?



5) Contrição e Atrição

A Contrição consiste em pedir o perdão de seus pecados por amor de Deus. A atrição, por sua vez, consiste em pedir o perdão dos pecados por temor do inferno.

A primeira, contrição (chamada de contrição perfeita), apaga os pecados da pessoa antes mesmo da confissão. Todavia, só é verdadeira se há a disposição de se confessar com um padre. Foi desta forma que se salvaram os justos do Antigo Testamento.

A atrição só é válida através do sacramento da confissão, o qual é eficaz mesmo se há apenas "medo do inferno".

Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram, no Antigo Testamento, condições necessárias e suficientes para obter o perdão de Deus. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem Nosso Senhor Jesus Cristo e seu Evangelho (desde que sigam a Lei Natural) e para os que não têm como se confessar (desde que tenham um ato de contrição perfeita). Mas quem, em seu orgulho, não acredita nas palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais ele instituiu o sacramento da penitência, e por isso não quer se confessar, não receberá o perdão, pois não ama à Deus verdadeiramente.

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso "Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte, e morte na Cruz" (Flp 2, 8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer o perdão. Por isso ele exige de nós este ato de humildade e de obediência, na Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: "Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado" (Lc 18, 14).

Alguns protestantes aliciam os católicos para sua seita com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão), estariam livres de qualquer pecado e nem poderiam mais pecar! Conseqüentemente, concluem que não haveria necessidade de confissão. Apóiam esta afirmação nas palavras bíblicas de (1 Jo 3, 6 e 9). Todavia, basta confrontar essa passagem com outra, do próprio João Apóstolos (1 Jo 1, 8-10), para perceber que a conclusão é precipitada: "Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos perdoa os nossos pecados, e nos purifica de toda a iniqüidade. Se dissermos que não temos pecado, taxamo-Lo de mentiroso, e a sua palavra não está em nós".

Portanto, todos os homens necessitam de misericórdia divina; e os sinceros seguidores da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.

6) O que é necessário para ser eficaz uma confissão?

exame de consciência

ter arrependimento (atrição ou contrição)

propósito de não recair no pecado e de evitar as circunstâncias que o favoreçam

confessar-se sem omitir nada

cumprir a penitência estabelecida pelo confessor



A Unção dos Enfermos

É o quinto sacramento instituído por Jesus Cristo, sem que saibamos em que época o instituiu. A Sagrada Escritura, como para a Crisma, nos transmite apenas o rito exterior e o efeito produzido. O Evangelho diz que "à ordem do Senhor... os apóstolos expeliam muitos demônios e ungiam com óleo a muitos enfermos, e os curavam" (Mc 6, 13). Eis um fato, é a ordem do Senhor.

A instituição da extrema-unção decorre destas palavras de S. Tiago: "Está entre vós alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E o Senhor o aliviará, e se estiver em algum pecado ser-lhe-á perdoado" (Tgo 5, 14-15).

Nunca o Apóstolo teria prometido tais efeitos a uma unção, na enfermidade, sem firmar-se na autoridade divina da instituição deste sacramento. A extrema-unção é, pois, verdadeiramente um sacramento.



A Ordem

A Ordem é o sacramento que dá o poder de desempenhar as funções eclesiásticas, e a graça de fazê-lo santamente. Em outros termos, é o sacramento que faz os sacerdotes, ou ministros de Deus. Muitos textos da Sagrada Escritura provam a existência do sacerdócio e indicam o rito de ordenação sacerdotal. Lemos de fato que Nosso Senhor fez uma seleção entre os discípulos: "Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi", diz Ele (Jo 15, 16). Aos discípulos eleitos, chamados apóstolos, o divino Mestre confia as quatro atribuições particulares do sacerdócio:

Oferecer o santo sacrifício: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22, 19). É a ordem de reproduzir o que ele tinha feito: mudar o pão em seu corpo e o vinho em seu sangue divino.

Perdoar os pecados: Os pecados serão perdoados aos que vós os perdoardes (Jo 20, 23).

Pregar o Evangelho: Ide no mundo inteiro, pregando o Evangelho a todas as criaturas (Mc 16, 15).

Governar a Igreja: O Espírito Santo constituiu os bispos para governarem a Igreja de Deus (At 20, 28).

Eis os poderes dados por Nosso Senhor Jesus Cristo a seus ministros ou sacerdotes, representados pelos primeiros sacerdotes, que foram os apóstolos.

Quanto ao rito de ordenação, não é menos claramente indicado: Consiste ela na imposição das mãos. S. Paulo escreve: "Não desprezes a graça que há em ti e te foi dada por profecia pela imposição das mãos do presbitério" (1 Tim 4, 14). Chama-se presbitério a reunião dos bispos e padres que concorreram para a ordenação de Timóteo, de que S. Paulo foi o principal ministro, como se vê claramente na segunda epístola dirigida ao mesmo discípulo. "Por este motivo, diz ele, te admoesto que reanimes a graça de Deus, que recebestes pela imposição de minhas mãos" (2 Tim 1, 6).

O exemplo dos apóstolos nos mostra a transmissão dos poderes sacerdotais pela ordenação. E por onde Paulo e Barnabé passavam, "ordenavam sacerdotes para cada Igreja" (At 14, 22).

Tudo isso prova, claramente, que os apóstolos tinham recebido de Jesus a divina investidura de poderes, que iam assim distribuindo pela imposição das mãos; e esta investidura é o sacramento da Ordem.



O Matrimônio

É o último na série dos sacramentos. O casamento que era antes de Jesus Cristo mero contrato, é um verdadeiro sacramento da nova lei. Não sabemos exatamente o tempo nem o lugar em que Jesus Cristo instituiu este sacramento; pensam os teólogos que foi nas bodas de Caná. Outros pensam que foi na ocasião em que o Salvador restaurou a unidade e a indissolubilidade primitivas. Interrogado a respeito do divórcio, Cristo responde que não era lícito por nenhum motivo, que nem o direito de separar-se tem o homem e a mulher, exceto o caso de adultério (Mt 19, 3-9).

Outros, ainda, pensam que foi instituído depois da ressurreição, e promulgado por S. Paulo, na epístola aos efésios (5, 25-33).

Pouco importa o tempo e o lugar, o certo é que o matrimônio foi por Jesus elevado à dignidade de sacramento, como resulta positiva e irrefutavelmente da Sagrada Escritura: "Não separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19, 6). Ou seja, Deus uniu os noivos!

Este mistério, ou sacramento, é grande em relação a Cristo e à Igreja, diz S. Paulo (Ef 5, 32). Isso é grande, em relação a Cristo, porque é instituição divina; grande em relação à Igreja, que deve mantê-lo na sua unidade e indissolubilidade.

O rito externo foi indicado por S. Paulo: é a mútua tradição e aceitação do direito sobre os corpos, em ordem aos fins do casamento, formando uma união santa, como é "santa a união do Cristo com a sua Igreja" (Ef 5, 25).

O Batismo de Crianças e o Batismo de Adultos

Muitos protestantes costuma argumentar que o Batismo de Crianças não aparece na Bíblia. Como conclusão, defendem que só os adultos podem ser batizados.

Primeiramente, nem tudo está na Bíblia, como afirma S. João: "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

Ou seja, o fato de não estar na Bíblia não prova que não se deva batizar crianças.

A pergunta deveria ser inversa: Onde estão as provas bíblicas para a afirmação de que apenas os adultos devem ser batizados?

Agora, vamos provar que Deus deseja o batismo das crianças.

A Sagrada Escritura menciona vários personagens pagãos que professaram a fé cristã e se fizeram batizar "com toda a sua casa". Assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16, 14s), o carcereiro de Filipos (At 16, 31-33), Crispo de Corinto (At 18, 8), a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).

A expressão "casa" ("domus", em latim; "oikos", em grego) tinha sentido amplo e enfático na Antigüidade: designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças (que geralmente não faltavam).

Desde o início da Igreja, os apóstolos batizavam os recém-nascidos. Assim se expressa Orígenes (185 - 255): "A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos". (Epist. ad Rom. Livro 5, 9). E S. Cipriano, em 258, escreve: "Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças". (Carta a Fido).

Santo Irineu, que viveu entre 140 a 204, afirma: "Jesus veio salvar a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos". (Adv. Haer. livro 2)

Na "Nova e Eterna Aliança", o batismo substitui a circuncisão da "Antiga Aliança", como rito de entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8o dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.

O manual dos Apóstolos, também conhecido como 'didaqué', prescreve o batismo para crianças.

Ou seja, era costume dos apóstolos batizarem as crianças, segundo a importância que é o sacramento do "Batismo", pois "quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus".

A posição protestante é insustentável, visto que se eles tivessem que seguir tudo o que a Bíblia ordena, como ficariam certas normas do Antigo Testamento que não foram abolidas no Novo, mas pela Igreja que eles rejeitam? Exemplos: Não acender fogo (para cozinhar) em nenhuma moradia no sábado (Ex. 35,3). Não semear diferentes espécies no mesmo campo (Lev. 19,19). Não semear e colher nada, nos campos e na vinha, no ano sabático (Ex. 23, 10-11) e (Lev. 25 3-5). Não comer os frutos das árvores nos primeiros três anos (Lev 19, 23-25).

E, depois, se os pais são responsáveis perante Deus pelo sustento, proteção, educação, amparo etc de seus filhos, quanto mais seriam pelo bem espiritual?
FONTE: http://www.catequisar.com.br

A IGREJA

5. A IGREJA
5.1 - Igreja: Instituição Divina.
A Igreja Católica não foi fundada por homens. Foi o próprio Cristo Jesus quem instituiu a Igreja para levar a salvação, que Ele conquistou com seu sangue, a todos os povos de todos os tempos e lugares, até Ele voltar. Por isso, a Igreja não é uma instituição humana, mas sim, uma Instituição Divina.

Vamos entender porque Jesus fundou a Igreja.

O pecado, desde a origem, já no início da humanidade, quebrou a unidade e a comunhão dos homens com Deus, rompeu o plano divino de amor para com a humanidade.
Deus Pai nos criou para Si, para que fôssemos a Sua família, destinados a participar da Sua comunhão íntima e desfrutar da Sua vida bem-aventurada, isto é, da Sua felicidade perfeita, absoluta.
Porém, o pecado, que é toda ofensa a Deus, a mais triste realidade deste mundo, rompeu o belo plano de amor e “dispersou” os filhos de Deus, dilacerou Sua família. O homem se perdeu, se afastou do Criador, a fonte da sua vida e da sua felicidade, por tentação do demônio e por culpa própria. Deus não poderia ter impedido o homem de pecar porque o criou livre, Ele nos deu o livre arbítrio.
Então, para que a humanidade fosse salva, isto é, pudesse voltar para junto de Deus, reconciliada com o Criador, a culpa dos seus pecados deveria ser paga diante da justiça de Deus ofendida.

Através de pessoas e acontecimentos ao longo do tempo, Deus foi gradativamente revelando a Si mesmo e o seu plano para nós. Essa revelação não visava só um conhecimento intelectual, mas também existencial, vivo: conhecer a Deus para entrar em comunhão (união íntima e real) com Ele. Essa comunhão deveria envolver também os homens entre si.
Por isso, Deus escolheu o povo de Israel para ser o seu povo no meio da humanidade. No seu meio realizou prodígios, sinais da sua benevolência. Por meio deste povo, descendente de Abraão, o homem que por primeiro acreditou, a salvação chegaria a todos os povos da terra. Como um pai ou uma mãe que pouco a pouco ensina seu filho, assim Deus fez com o povo de Israel. Através de Moisés, dos Juízes e dos Profetas, ele formou, conduziu e instruiu o seu povo. Tudo isso era a preparação para a sua plena revelação e salvação da humanidade: o momento em que não mais um mensageiro, mas o próprio Filho de Deus feito homem viria viver no meio dos homens, afim de levar a humanidade “de volta” para Deus.

Não havia um homem sequer, por mais santo que fosse, que pudesse pagar a “dívida” à justiça de Deus ofendida. Então, o Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo), por amor a cada um de nós, aceitou se encarnar e assumir a nossa natureza humana, carne e sangue, para como homem, e no lugar de cada homem, se entregar para morrer numa cruz, a fim de pagar à justiça divina o preço dos pecados de toda a humanidade.
São Pedro resumiu muito bem a salvação da humanidade nessas palavras: “Não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados... mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado e sem defeito algum”. (1Pd 1,18-19b)

Isto é a Salvação. Só Jesus a pode realizar. Pois, os pecados da humanidade assumem proporções infinitas diante de Deus, já que a Sua Majestade ofendida é infinita. Assim, somente Alguém que fosse, ao mesmo tempo, homem e Deus perfeitamente, poderia reparar as ofensas da humanidade diante da justiça de Deus, somente Jesus poderia oferecer um resgate de valor infinito. Foi o que Jesus fez, e que nenhum outro homem poderia fazer.

Antes de morrer, ressuscitar e voltar glorioso para o Pai (ascensão), Jesus passou uma fase de sua vida em meio aos homens, difundindo a Sua divindade entre todos e anunciando o Reino de Deus por meio de mensagens de salvação (fase que chamamos de vida pública de Jesus).

Cumprindo os desígnios divinos, Jesus haveria de voltar para o Pai. Porém, sua missão de anunciar a Reino de Deus à todos os povos e transmitir a salvação à toda criatura haveria de continuar até a consumação dos tempos. Por isso Jesus institui a Sua Igreja, com a finalidade de continuar a Sua missão aqui na Terra.

Dos 12 Apóstolos de Jesus, Simão Pedro tinha características de liderança. Então, um dia Jesus disse a ele: “Eu te declaro, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus”. (Mt 16, 18-19)

Com estas palavras, Jesus institui a Sua Igreja e se dirigiu à Pedro para confirmar o mandato de governá-la, deixando claro que a Igreja é “propriedade” Dele.

É preciso notar com atenção várias coisas nestas palavras de Jesus. Ele disse “a minha Igreja”, isto é, no singular e de maneira determinada. Ele não disse a Pedro, sobre ti edificarei “uma” Igreja, de maneira indeterminada, como se pudesse haver outras, mas “a” minha Igreja, no singular. Usou o artigo definido e no singular.
Só há então, uma Igreja Dele, esta que Ele próprio fundou e entregou à Pedro para apascentar, junto com os Apóstolos, o rebanho do Senhor.

No entanto, a Igreja de Cristo, é a Igreja de Pedro, é a Igreja Católica, que já teve 265 sucessores de Pedro (os Papas) e que se mantém numa corrente histórica ininterrupta desde Cristo até nós, nos dias de hoje, afim de que, por meio dela, a missão de Jesus seja fielmente continuada até a consumação dos tempos.

Todas as outras “igrejas” que surgiram com o passar do tempo, foram frutos do desligamento da única Igreja fundada por Cristo, formando facções fundadas simplesmente por homens, não conservando então, a sucessão de Pedro e nem a sucessão Apostólica.

Portanto, a Igreja Católica é a única que o próprio Cristo fundou e desejou neste mundo, para que, por meio dela a humanidade fosse levada de volta para Deus.


5.2 - Igreja: manifestada pelo Espírito Santo.
“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mt 28,20)
Foi com esta promessa que Jesus se despediu dos discípulos antes de subir ao céu.

Antes de Jesus sofrer a sua paixão, na noite da despedida, naquela última Santa Ceia memorável, Ele deixou bem claro para os Apóstolos, que eles teriam a assistência permanente do Espírito Santo. Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito (defensor), para que fique eternamente convosco. É o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos.” (Jo 14-16-18b)

Jesus foi enfático, o Espírito Santo não só “permanecerá convosco”, mais ainda, “estará em vós”, eternamente.

Na mesma noite da despedida Jesus ainda disse aos Apóstolos: “Digo-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14,25-26)

E ainda, naquela mesma noite, o Senhor disse-lhes mais uma vez: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade...” (Jo 12-13)

Aqueles homens simples da Galiléia, não tinham condições de assimilar todas as verdades da fé, toda a teologia que hoje a Igreja conhece, depois de muito estudo e reflexão. Jesus, então lhes explicou que o Espírito Santo, o Espírito da verdade, os guiaria à verdade no futuro.

Então, depois de Jesus ter cumprido os desígnios do Pai aqui na Terra (Paixão, Morte e Ressurreição) e voltar glorioso para o Pai (ascensão), há o nascimento efetivo da Igreja de Cristo. Jerusalém, a cidade onde se desenrolou a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, foi também o berço da Igreja.

No dia da Ascensão, Jesus tinha dito: “O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força. Sereis, então, minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da Terra.” (At 1,8).

Os Apóstolos deixaram Betânia, onde aconteceu a Ascensão e voltaram para Jerusalém, onde ficaram rezando, junto com Maria e alguns discípulos, num local chamado cenáculo. Estando eles todos reunidos em profunda oração, veio do céu um ruído semelhante ao de um vento muito forte que encheu toda a casa onde estavam. E apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repousaram sobre a cabeça de cada um deles. A partir deste momento, os Apóstolos foram transformados. Era o Espírito Santo que formava, naquele dia, a primeira comunidade Cristã – a Igreja.

Era a festa de Pentecostes, uma das mais importantes festas dos judeus. Nesse dia, os judeus de todas as partes do Império Romano vinham a Jerusalém oferecer suas ofertas no Templo.

Pedro, dirigindo sua palavra a todos que ali se encontravam, falando em nome da Igreja recém-nascida, faz a sua primeira pregação sobre a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, anúncio fundamental da pregação da Igreja. (cfr. At 2, 14-36) A partir de então, houve as primeiras conversões.

Assim começou a vida da primeira Comunidade Cristã. Os primeiros cristãos viviam unidos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos entre todos, conforme as necessidades de cada um. Freqüentavam o templo assiduamente e louvavam a Deus com alegria. Cativavam a simpatia de todo o povo. (cfr. At 2, 42-47)









Apesar de não serem aceitos pelas autoridades, os primeiros cristãos encontraram grande aceitação no meio do povo, especialmente entre os pobres. A pregação dos apóstolos e acima de tudo, a vida que eles apresentavam, testemunhando as próprias palavras, ia atraindo cada vez mais pessoas para o cristianismo.

O crescimento das primeiras comunidades cristãs criou conflito entre a sociedade antiga (romana) e a nova sociedade cristã, dando origem às grandes perseguições.

As pregações e o modo de ser dos primeiros cristãos incomodavam as autoridades, pois repudiavam as injustiças e opressões para com os menos favorecidos. Eles denunciavam e enfrentavam os governantes da época em relação às coisas que iam contra aos princípios deixados por Cristo. Por isso, os cristãos passaram a ser violentamente perseguidos, fazendo com que muitos deles se refugiassem em outras regiões. Isso, ao invés de enfraquecer a Igreja, fez com que ela crescesse e se expandisse para além da Palestina. Os cristãos, mesmos após fugirem, não abandonaram os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, passando a anunciar a “Boa Nova” do Evangelho nos lugares onde foram habitar.












Vimos então, que terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na Terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar e dar assistência permanentemente à Igreja. Foi então que a Igreja manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho pela pregação. A Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos.

Para realizar sua missão, o Espírito Santo dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos sob à Luz do Espírito Santo.

“O Espírito Santo é a alma da Igreja.”

5.3 - Igreja somos nós, povo convocado.
A palavra “Igreja” (do grego <<“Ekklésia”>>) significa “convocação” ou também “povo convocado”. Designa a assembléia daqueles que a palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo místico de Cristo.

Muitos pensam na Igreja como um grupo social, de pessoas reunidas com determinada finalidade, como qualquer outro fenômeno associativo. Assim, uma comunidade cristã seria algo como um grupo de amigos, um clube ou uma associação beneficente. Porém, Igreja não é isso.

Igreja somos nós! Igreja é comunidade viva, é viver em comunhão, é povo convocado a ser “soldado” de Cristo. E sendo Igreja, temos um grande compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Boa Nova de Jesus. É necessário que vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos em comum tudo aquilo que temos, como nos falam os Atos dos Apóstolos (cfr. At 2, 42-47).

A união concreta dos cristãos é uma tarefa de todo dia. Por isso, devemos ter o sentido de responsabilidade, isto é, devemos contribuir com as nossas próprias qualidades e aptidões (dons), para atender às necessidades de todos os nossos irmãos.

A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. Nem somente o Papa, os Bispos e os Padres. Eles também são Igreja e estão a serviço da Igreja. Porém, Igreja é toda a família de Deus, Igreja somos todos nós. Portanto, a realidade de “Igreja-Povo-Comunidade Viva” é um compromisso que depende muito de todos nós.

Nós, Igreja, somos unidos em Cristo por um vínculo, uma ligação espiritual e real.

São Paulo, numa de suas cartas aos Coríntios, nos fala: “Somos um só corpo, que é formado de muitas partes” (1Cor 12,20). Este “corpo” que São Paulo diz, é a Igreja, corpo místico de Cristo. Essas “muitas partes”, somos nós, membros do corpo místico de Cristo. E a cabeça deste corpo místico, é o próprio Cristo.

Entramos neste corpo místico de Cristo, no momento de nosso Batismo: pelo poder de Deus, pelo sinal da água e pelas palavras transmitidas pelo próprio Cristo. Ou seja, pelo nosso Batismo, nos incorporamos à Igreja de Cristo. Cada um que é batizado é enxertado em Jesus, como um ramo é enxertado em um tronco e passa a fazer parte dele.

Pela Igreja, somos membros de Cristo. Portanto, Cristo vive na sua Igreja! Daí então, em nós e através de nós vai se realizando no mundo o plano de Salvação: pelo anúncio da Palavra de Deus, pela celebração dos Sacramentos que tornam presente e realizam a salvação, pelo testemunho de vida e pela ação de cada um de nós. Em nós e através de todos nós, unidos num mesmo Corpo, que é a Igreja, unidos à Cabeça desse Corpo, que é Cristo, que nos conduz através dos Apóstolos e de seus sucessores (os Bispos em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro), pelo poder da assistência do Espírito Santo, vamos sendo “Sal da Terra e Luz do Mundo”, caminhando em direção ao Reino de Deus.




















Embora a Igreja seja constituída de homens, nunca devemos nos esquecer de sua divindade. A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina.

5.4 - Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.
Esses quatros atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que pelo Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser una, santa, católica e apostólica, e é também Ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.

Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas constituem sinais que falam com clareza à razão humana. A Igreja, em razão de sua santidade, de sua unidade católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina.

A Igreja é una.

Eis o mistério sagrado da unidade da Igreja:
A Igreja é una por sua fonte: Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo.
A Igreja é una por seu Fundador: Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo.
A Igreja é una por sua “alma”: O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que Ele é o princípio de Unidade da Igreja.

A única Igreja de Cristo é aquela que nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou à Pedro para que fosse seu pastor e confiou e ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.

Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade de seus discípulos: “Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, afim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.

Portanto, a Igreja é una, pois tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.

A Igreja é santa.

A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa, ou seja, não é perfeita, mas santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus.

A Igreja, unida a Cristo, é santificada por ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus. É na Igreja que está depositada a plenitude dos meios de salvação. É nela que adquirimos a santidade pela graça de Deus.

Já na terra, a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita.

Enquanto Cristo, santo, inocente, imaculado, não conheceu o pecado, mas veio para redimir os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação. Todos os membros da Igreja devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o “joio” do pecado continua ainda mesclado ao “trigo” do Evangelho até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação. A igreja é, então, o povo santo de Deus.

A Igreja é católica.

A palavra “católico” significa “universal”. A Igreja é católica no sentido de totalidade e de integralidade.

Ela é católica porque nela Cristo está presente. Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele a plenitude dos meios de salvação que Ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Este é o sentido de totalidade da Igreja católica.

Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso, este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra a desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma só natureza humana e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos. Este caráter de universalidade que marca o povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito. Este é o sentido de integralidade da Igreja católica.

A Igreja é, por sua própria natureza, missionária. Pois, a missão é uma exigência da catolicidade a ela confiada por Jesus. “Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem discípulos,... ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos.” (Mt 28,19-20)

A Igreja é apostólica.

A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os Apóstolos.

O Senhor dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Ele escolheu Doze Apóstolos, tendo Pedro como chefe. Eles são as pedras de fundação (“alicerce”) da Igreja de Cristo. Nos Apóstolos, continua a missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21).

O que garante a originalidade e autenticidade da Igreja Católica e sua continuidade até hoje é a sucessão apostólica, desde os primeiros Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus. Isso, além de ser um fato divino, é um fato histórico e inegável.

Fora dessa sucessão que vem diretamente de Cristo, não há legitimidade e infalibilidade para se atuar em seu Nome. Só a Igreja Católica, por graça especial de Deus, guarda intacta essa sucessão.

Muito cedo a Igreja tomou consciência de que a sua “identidade e missão” estava ligada e dependia do colégio dos Doze Apóstolos, e seus sucessores, os Bispos. Quando nos primeiros séculos surgia uma doutrina nova, às vezes uma heresia, o critério do discernimento era o da apostolicidade: “esta doutrina está de acordo com o que ensinaram os Apóstolos? Está em conformidade com o que ensina a Igreja de Roma, onde foram martirizados Pedro e Paulo?” Essas eram as perguntas mais importantes para se chegar ao discernimento. Isto porque os Apóstolos foram as testemunhas oculares do Senhor e Dele receberam diretamente tudo o que Ele ensinou.

Jesus garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. Um dia disse-lhes: “Quem vos ouve, a Mim vos ouve, e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).

Para que a transmissão do Evangelho, e da graça dada pelos Sacramentos, chegasse então aos confins da terra e dos tempos, os Apóstolos foram preparando os pastores das comunidades, seus sucessores.

Conforme as necessidades de cada tempo, os Apóstolos iam definindo as “normas” da Igreja, que foram formando a Sagrada Tradição Apostólica. A principal preocupação deles era com a “sã doutrina”, fiel àquilo que tinham recebido de Jesus. Essa Tradição Apostólica é tão importante e legítima quanto a própria Bíblia.

É nesta ordem e sucessão que a Tradição dada à Igreja desde os Apóstolos, e a pregação da verdade, chegaram até nós.













A Igreja Católica é também chamada de Romana por ter sua sede, a Santa Sé, em Roma. Esta denominação, embora não seja uma exigência doutrinária, não é gratuita. Firmando a sede de Sua Igreja exatamente no coração do Império Romano, aquele que quis destruir a Igreja e que sacrificou milhares de mártires, com isto Cristo mostrou ao mundo que a Sua Igreja é invencível, e que jamais os poderes deste mundo a vencerão.

5.5 - A constituição hierárquica e a organização da Igreja.
O próprio Cristo é a fonte do ministério da Igreja. Institui-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois, os ministros que são revestidos do sagrado poder, servem a seus irmãos para que todos os que formam o povo de Deus cheguem a salvação.

O enviado do Senhor fala e age não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como simples membro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela precisa ser dada e oferecida. Isto supõe que os ministros sagrados da graça sejam autorizados e habilitados por parte de Cristo. Dele, o Papa, os Bispos e os Presbíteros (padres) recebem a missão e o poder sagrado de agir na pessoa de Cristo-Cabeça, os diáconos a força de servir o Povo de Deus na Liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seus presbíteros. Esses ministérios da Igreja são conferidos por um sacramento específico (Sacramento da Ordem).

Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu caráter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente “servos de Cristo”.
Igualmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que exista um caráter colegial. Efetivamente, desde o início de seu ministério o Senhor Jesus institui os Doze. Escolhidos conjuntamente, são também enviados conjuntamente, e sua união fraterna estará a serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis. Por isso, todo Bispo exerce seu ministério dentro do colégio episcopal, em comunhão com o Bispo de Roma e sucessor de Pedro (o Papa); os presbíteros exercem seu ministério dentro do presbitério da diocese, sob a direção de seu Bispo.
Finalmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que haja um caráter pessoal. “Tu, segue-me” (Jo 21,22). Cada um é chamado pessoalmente para ser testemunha pessoal, assumindo pessoalmente a responsabilidade diante daquele que dá a missão, agindo “em sua pessoa” em favor de pessoas.

Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, a fim de garantir-nos a possibilidade objetiva de professarmos sem erro a fé autêntica. Isso nos é dado pelo Magistério Vivo da Igreja, que é o ofício pastoral que a Igreja tem, de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida, ser depositaria das verdades de nossa fé, e nos ensinar.


O Papa

Embora seja divina, a Igreja é formada de homens. E sendo humana, Cristo, Cabeça invisível da Igreja, quis que ela tivesse uma “cabeça visível”, que fosse o seu fator de unidade.

Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo. Jesus quis que Pedro (e seus sucessores) fosse o seu Vigário (representante) na terra, pois sabia que sem uma “cabeça visível”, o Corpo se dividiria.

Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as “chaves” da mesma, institui-o pastor de todo o rebanho. Porém, a função de “ligar e desligar”, que foi dado a Pedro, consta que também foi dada ao colégio dos Apóstolos, unido a seu chefe. Este ofício pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.

O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice, ou seja, o “poder” dos Bispos não pode ser exercido senão com o consentimento do Papa. Enquanto composto de muitos, este colégio episcopal, exprime a variedade e a universalidade do Povo de Deus e, enquanto unido sob um só chefe, exprime a unidade do rebanho de Cristo.


Os Cardeais
O Colégio dos Cardeais ou Colégio Cardinalício é o grupo de Cardeais da Igreja Católica, responsáveis por assistir o Papa, em suas tarefas administrativas, religiosas e pastorais. Essa assistência se dá tanto colegialmente, quando são convocados para tratar juntos questões de mais importância, como pessoalmente, mediante as diversas funções que desempenham, ajudando sobretudo ao Papa em seu governo cotidiano da Igreja universal. Também é de responsabilidade do Colégio Cardinalício, prover à eleição do Romano Pontífice. Quando se reunem, após a morte de um Papa, para votar no seu sucessor, formam o chamado Conclave.
Aqueles que têm mais de 80 anos, não podem participar no conclave. Deixam também de ser Membros dos Escritórios da Cúria Romana ou de qualquer outro organismo da Santa Sé. No Conclave, os Cardeais se isolam na Capela Sistina no Vaticano, e ficam reunidos até que elejam o novo Sumo Pontifice. É preciso que o eleito obtenha, 2/3 mais 1 dos votos.
Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele, através dos Consistórios, que o Romano Pontífice convoca e se desenvolvem sob sua presidência. Os Consistórios podem ser ordinários ou extraordinários. No consistório ordinário se reúnem os cardeais presentes em Roma, outros bispos, sacerdotes e convidados especiais. O Papa convoca estes Consistórios para fazer alguma consulta sobre questões importantes ou para dar solenidade especial a algumas celebrações. Ao Consistório extraordinário são chamados todos os cardeais e se celebra quando requerem algumas necessidades especiais da Igreja ou assuntos de maior gravidade.
Durante o período de "sede vacante" da Sé Apostólica (período que vai desde o falecimento de um Papa até a escolha de seu sucessor), o Colégio Cardinalício desempenha uma importante função no governo geral da Igreja e também no governo do Estado da Cidade do Vaticano.
Existem três tipos, ou ordens de cardeais, os cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos. O Papa João XXIII, conservou a divisão do Colégio Cardinalício nas três ordens apontadas, mas dispôs que todos devem receber a ordenação episcopal. É contudo habitual a nomeação de alguns presbíteros para o Colégio Cardinalício.
A criação de Cardeais se dá por decreto do Romano Pontífice, que elege para ser seus principais colaboradores e assistentes. São nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício (consistório). O Colégio Cardinalício tem se internacionalizado notavelmente nos últimos 30 anos. Os requisitos para serem eleitos são: homens que receberam a ordenação sacerdotal e se distinguem por sua doutrina, piedade e prudência no desempenho de seus deveres.
O número de cardeais eleitores tem variado ao longo da história. Em 1586 o Papa Sisto V fixou o seu número em setenta. No consistório de 1973, o Papa Paulo VI limitou o número de cardeais eleitores a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II. A 13 de Julho de 2006 e após o primeiro consistório do Papa Bento XVI (24 de Março de 2006) o Colégio dos Cardeais contava com 191 membros dos quais 120 eram eleitores.







Os Bispos

Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos e têm a missão de pastorear a comunidade de fiéis a eles confiada (diocese), auxiliados pelos presbíteros e pelos diáconos. Eles, individualmente, são o visível princípio e fundamento da unidade em suas Igrejas locais (ou Igreja diocesana, ou ainda Igreja particular).

O poder que Jesus conferiu aos seus Apóstolos é transmitido de geração em geração, numa corrente histórica ininterrupta, para os seus sucessores. Conforme atesta Santo Irineu: “A Tradição Apostólica é manifestada e guardada em todo o mundo por aqueles que foram instituídos Bispos pelos Apóstolos e são seus sucessores até nós”.

A missão do Bispo é perpetuar os ensinamentos de Cristo, pois a missão divina confiada aos Apóstolos deve durar até o fim dos tempos. Ao Bispo cabe a tarefa de governar a diocese, exercendo o ministério de ensinar, santificar e dirigir a parcela do povo de Deus a ele confiada. Também lhe cabe a tarefa de coordenar os trabalhos administrativos, econômicos e jurídicos da diocese, sendo o responsável por ela perante a sociedade civil. Ele é a autoridade maior da diocese, mas necessita da indispensável cooperação dos sacerdotes, diáconos, religiosos e agentes de pastoral leigos. Afinal, a Igreja é o povo de Deus.

Compete ainda ao Bispo, ordenar sacerdotes e diáconos, administrar o Sacramento da Crisma, criar ou suprimir paróquias, nomear e transferir párocos, nomear coordenadores de movimentos pastorais diocesanos e promover outros atos pastorais e administrativos. Nenhuma atividade pastoral eclesial tem valor se não contar com sua aprovação. Etimologicamente, a palavra “bispo” vem de “episcopo”, formado de dois elementos de origem grega: “epi” – sobre, por cima e “scopein” – olhar, examinar, observar. Portanto, o Bispo é aquele que “olha de cima”, isto é, dirige e coordena toda a diocese confiada a seu pastoreio.


A Santa Sé – Vaticano

Santa Sé ou Sé Apostólica é o centro administrativo e pastoral da Igreja, tendo à frente o Papa. Compreende a Secretaria de Estado, as diversas congregações e outros organismos.

A Cidade do Vaticano é um estado, com autonomia política, graças ao Tratado de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1929, no pontificado de Pio XI. É o menor país, com apenas 0,44 km2. Está situado no "Mons Vaticanus", a "oitava colina" de Roma. As suas fronteiras são as Muralhas Leoninas e o círculo de mármore, no solo, onde confluem os dois braços da colunata de Bernini, na Praça São Pedro. No Vaticano, destaca-se a basílica, construída sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, o primeiro Papa.

Cúria Romana:

A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Em nome e com a autoridade dele, exercem seu ofício para o bem das Igrejas e em serviço dos Sagrados Pastores.

A Cúria Romana está assim constituída:

- Secretaria de Estado: Secretário de Estado
I Seção – Assuntos gerais
II Seção – Relações com os Estados
O Secretário de Estado é o encarregado dos serviços diplomáticos e também preside às reuniões gerais dos dicastérios (as congregações e outros organismos pontifícios).
- Congregações: Doutrina da Fé; Igrejas Orientais; Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Causas dos Santos; Bispos (na qual se inclui a Pontifícia Comissão para a América Latina); Evangelização dos Povos (na qual se inclui o Supremo Comitê das Pontifícias Obras Missionárias); Clero (na qual se inclui o Conselho Internacional para a Catequese); Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, e Educação Católica.
- Pontifícios Conselhos: Leigos; Promoção da Unidade dos Cristãos (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo); Família; Justiça e Paz; “Cor Unum”; Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; Pastoral no Campo da Saúde; Interpretação dos Textos Legislativos; Diálogo Inter-religioso (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com os Muçulmanos); Cultura, e Comunicações Sociais.
- Tribunais: Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e Tribunal da Rota Romana.
- Departamentos: Câmara Apostólica, Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.
- Outros organismos: Prefeitura da Casa Pontifícia, Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Santo Padre, Sala de Imprensa da Santa Sé, Departamento Central de Estatísticas da Igreja e Guarda Suíça.
- Comissões e Comitês: Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, Pontifícia Comissão Bíblica, Comissão Teológica Internacional, Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Pontifício Comitê das Ciências Históricas e Comissão Disciplinar da Cúria Romana.
- Instituições vinculadas à Santa Sé: Arquivo Vaticano, Biblioteca Apostólica Vaticana, Pontifícia Academia das Ciências, Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Pontifícia Academia para a Vida, Fábrica de São Pedro, Esmolaria Apostólica, Tipografia Vaticana “Poliglotta”, Libreria Editrice Vaticana, Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano e Jornal “L´Osservatore Romano”.

Nunciatura Apostólica:

É o organismo que representa a Santa Sé em cada país. Também tem a função de embaixada do Estado do Vaticano. É dirigida pelo Núncio Apostólico.
O Núncio Apostólico, como Legado do Romano Pontífice, representa o Papa junto às Igrejas particulares (dioceses, arquidioceses) e também junto aos Estados e autoridades públicas. É o embaixador do Estado do Vaticano, o representante do papa em cada país. Sua principal missão é tornar sempre mais firmes e eficazes os vínculos de unidade entre a Sé Apostólica e as Igrejas particulares. Também tem o encargo de promover e estimular as relações entre a Santa Sé e as autoridades, tratando das questões concernentes às relações entre a Igreja e o Estado.
O atual Núncio Apostólico no Brasil é Dom Lorenzo Baldisseri, nomeado em 12 de novembro de 2002.


O Papa Bento XVI

Bento XVI – cujo nome significa “abençoado por Deus” – é o 265º papa da história.

O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi batizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições econômicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.

Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilômetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.

O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração de uma Santa Missa.

Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja. Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.

Um ano depois, começou a sua atividade de professor na Escola Superior de Freising. No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho».

Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, em Münster, e em Tubinga. A partir do ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.

De 1962 a 1965, prestou uma notável contribuição ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colônia.

A sua intensa atividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.

Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade». Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.

Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I;. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.

Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canônico, e para a revisão do Código de Direito Canônico Oriental.

Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.

No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Relatório sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.

No dia 19 de abril de 2005, o cardeal alemão Joseph Ratzinger foi eleito Papa, adotando o nome de Bento XVI. A cerimônia de início solene de seu pontificado foi celebrada no dia 24, com missa solene na Praça São Pedro.


CNBB

Todo país tem um organismo que congrega seus Bispos. No caso do Brasil, este organismo é a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

A CNBB, fundada em 14 de outubro de 1952, congrega todos os bispos católicos brasileiros e tem se revelado como um organismo pastoral atuante, empenhado na evangelização, na promoção da dignidade humana, na luta pela justiça social e pelos direitos humanos.

A vida e missão da CNBB são iluminadas pelo Objetivo Geral da Ação Evangelizadora. O atual, definido na 41ª Assembléia Geral, realizada de 30 de abril a 9 de maio de 2003, é: “Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.”

NATUREZA E MISSÃO: A CNBB é a instituição permanente que congrega os bispos da Igreja Católica no país. De acordo com seu Estatuto Canônico, tem como natureza e missão:
• ser espaço de encontro e de diálogo para os bispos, com vistas ao apoio mútuo, orientação e encorajamento recíprocos;
• concretizar e aprofundar a comunhão e o afeto colegial entre eles;
• promover sua permanente formação e atualização;
• estudar assuntos de interesse comum da Igreja no país;
• promover melhor a vida eclesial e a pastoral orgânica;
• facilitar a convergência da ação evangelizadora;
• exercer o magistério doutrinal;
• favorecer a comunhão e a participação na vida e nas atividades da Igreja das diversas parcelas do povo de Deus;
• representar o episcopado brasileiro junto a outras instâncias;
• cuidar do relacionamento com os poderes públicos a serviço do bem comum;
• realizar evangelicamente seu serviço de amor na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

A CNBB está dividida em 17 Conselhos Episcopais Regionais, conhecidos como Regionais. São estes:

1- NORTE 1 (Norte do Amazonas e Roraima)
2- NORTE 2 (Amapá e Pará)
3- NORDESTE 1 (Ceará)
4- NORDESTE 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte)
5- NORDESTE 3 (Bahia e Sergipe)
6- NORDESTE 4 (Piauí)
7- NORDESTE 5 (Maranhão)
8- LESTE 1 (Rio de Janeiro)
9- LESTE 2 (Espírito Santo e Minas Gerais)
10- SUL 1 (São Paulo)
11- SUL 2 (Paraná)
12- SUL 3 (Rio Grande do Sul)
13- SUL 4 (Santa Catarina)
14- CENTRO-OESTE (Distrito Federal, Goiás, Tocantins e parte do Mato Grosso)
15- OESTE 1 (Mato Grosso do Sul)
16- OESTE 2 (Mato Grosso)
17- NOROESTE (Acre, sul do Amazonas e Rondônia)
5.6 - Os Cinco Mandamentos da Igreja
Além dos Dez Mandamentos que conhecemos, existem os Cinco Mandamentos da Igreja. É preciso entender que mandamento é algo obrigatório para todos os católicos, diferente de recomendações, conselhos, entre outros. Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou" (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra, será também desligado no céu.” (Mt 18,18) Então, a Igreja legisla com o "poder de Cristo", e quem não a obedece, não obedece a Cristo, e conseqüentemente a Deus Pai. De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Este ensina: "Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo." Note que o Catecismo diz que isso é o "mínimo indispensável" para o crescimento na vida espiritual dos fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que, como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais.

1º – Primeiro Mandamento da Igreja: "Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho". Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias. Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, são esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim, de Todos os Santos (domingo)”.

2º - Segundo Mandamento: "Confessar-se ao menos uma vez por ano". Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo. É claro que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a graça para vencê-los.

3º - Terceiro Mandamento: "Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição" (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascensão) e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã. Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão diária.

4º - Quarto Mandamento: "Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja" (No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve à tarde, sem mais nada no meio do dia. Quem desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; o obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais de sessenta anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se desejarem. Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de “elevação espiritual” e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração".

5º - Quinto Mandamento: "Ajudar a Igreja em suas necessidades materiais" Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades. Não é obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O importante é, como disse São Paulo, dar com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9, 7).

Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada país podem estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu território.

Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos guia. O Papa Paulo VI disse que "quem não ama a Igreja não ama Jesus Cristo".


5.7 - A Missa: o coração da Igreja
“A Santa Missa é o centro e o ponto mais alto de toda a vida da Igreja, pois é a fonte de onde provém todas as graças de santificação e salvação”. (Concílio Vaticano II)

Para você compreender a importância transcendental da Missa, que também chamamos de Celebração da Eucaristia, é preciso compreender o “mistério da Redenção”, pelo qual Deus salvou a humanidade. Pois o ponto central da fé católica é a Redenção, realizada por Jesus através de Sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão ao céu. E, Jesus quis perpetuar a celebração da nossa redenção pela Santa Missa.

“Eis o mistério da fé”, diz o sacerdote após a Consagração do pão e do vinho, ato em que Cristo se entrega totalmente no altar, fazendo-se presença viva e real no vinho e na hóstia consagrados. Então o mesmo Calvário vivo se renova sobre o altar. E assim, Jesus Cristo continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares.

A Santa Missa, que a Igreja Católica celebra desde que Cristo mandou aos Apóstolos: “Fazei isto em memória de Mim”, torna presente o sacrifício, a entrega total de Jesus à Deus, por nós. Torna presente a sua morte na Cruz, atualizando então, a nossa Redenção; isto é, em cada Missa Cristo oferece novamente ao Pai, por nós, o seu único sacrifício.

O termo “fazer memória”, não significa uma simples lembrança ou uma recordação, mas significa “tornar presente”. Por isso, em cada Missa que celebramos, atualiza-se a Páscoa de Cristo e “torna-se presente a nossa redenção”.

Então, é preciso compreender que a Missa não é uma simples reunião de oração, com um padre, para a presidir. Nem é também apenas um culto, onde cantamos, louvamos, pedimos perdão, ouvimos a Palavra de Deus e sua pregação. Não é uma celebração sentimental ou histórica. Nem mesmo é um simples recordar da Última Ceia. É muito mais do que tudo isto.

Ela é o único e suficiente sacrifício de Jesus Cristo, oferecido à Deus Pai, na Cruz, tornado realmente presente no altar. É por isto que é celebrada por um sacerdote e sobre um altar. Pois, sacerdote é aquele que, em qualquer religião, desde a antiguidade, oferece um sacrifício real a Deus, para a remissão dos pecados do povo. E, o altar é o lugar onde este sacrifício é oferecido.

Pela Missa, Deus vem ao nosso encontro e vamos até Ele, por Cristo, na pessoa do Sacerdote. Ao recebermos Cristo vivo na Santa Comunhão, entramos numa íntima união com Ele, pois o nosso corpo, o nosso ser, torna-se o “trono do Rei dos Reis”. Pela Eucaristia, nós unimo-nos em Cristo, e Cristo une-se a nós, de forma viva e real.

Portanto, a Missa é um encontro vivo com Deus! E neste encontro, nos alimentamos de sua Palavra e do próprio Cristo na Eucaristia. Pois, somos pessoas que precisam de alimento para continuar a nossa caminhada de fé.

Porém, infelizmente, muitas pessoas não compreendem o verdadeiro significado da Missa, tornando-se então, indiferentes para com ela, e às vezes, até deixam de participá-la como deveriam.

Para que possamos participar melhor da Santa Missa, vamos refletir um pouco, parte por parte desta sublime Celebração:

1ª Parte) Ritos Iniciais:

• Procissão de Entrada: inicia-se o encontro dos filhos com o Pai. A procissão de entrada significa a nossa caminhada do dia-a-dia na vida de trabalho, lazeres, nossa vida na família... Isto lembrará a nossa caminhada seguindo a Cristo a “caminho da Casa do Pai”. Enquanto o sacerdote entra com os demais mi¬nistros, a assembléia é convidada a levantar-se, para dar início à Celebração com o canto da entrada. A finalidade deste canto é justamente dar início à celebração, criar o clima que vai promover a união orante da comunidade e introduzir no mistério do Tem¬po Litúrgico que celebramos.
• Saudação: depois de beijar o altar o sacerdote se dirige à Assembléia e depois de feito o sinal da cruz, ele saúda as pessoas que estão presentes, num cumprimento cordial, sempre realçando a idéia do Encontro do Amor entre Deus e os homens. Pelas palavras desta saudação percebemos a certeza de que o encontro se realiza no amor que reúne Deus Pai com seus filhos, convocados por Jesus Cristo.
• Ato Penitencial: o sacerdote nos convida para reconhecermos as nossas culpas para que a Santa Missa seja dignamente celebrada. Depois de um instante de silêncio o sacerdote nos convida para nos arrependermos dos nossos pecados, rezando o ato penitencial. Após a absolvição, recebemos o perdão dos nossos pecados veniais (“leves”), dos quais se arrependemos. Estaremos em paz para prosseguirmos a Santa Missa.
• Hino de Louvor: O “Glória” é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja glorifica, louva e agradece a Deus. Rezado ou cantado, deve ser uma manifestação visível de alegria por parte de toda a comunidade, pois, é momento de agradecemos a Deus pelo perdão que nos foi concedido, e também por tudo aquilo que somos e temos.
• Oração (ou Coleta): é momento de apresentarmos ao Pai nossos desejos e fazermos nossos pedidos pessoais. Após uns instantes de silêncio, o sacerdote faz uma oração em nome da Igreja reunida, pela vida da comunidade, pedindo a Deus por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.

Percebe-se que, nesta primeira parte da Missa: Nós falamos com Deus!

2ª Parte) Liturgia da Palavra:

Na Liturgia da Palavra entramos em contato com as riquezas da Palavra da Deus. Por ser inspiração divina, a Palavra de Deus é sempre nova, sempre atual. É a expressão do amor do Pai que orienta, anima, dirige e educa os filhos, em cada dia, em todos os tempos.

O próprio Cristo, por sua Palavra transformadora, está presente em nosso meio. Deus se dirige a seu povo, revelando-lhe o mistério da Redenção e da Salvação e oferecendo a sua Palavra como alimento espiritual.

Em cada Missa, o Pai toma um assunto bem determinado para dialogar, de acordo com o tempo litúrgico que a Igreja vive. É o que chamamos de tema central da Liturgia da Palavra, sobre o qual toda esta 2ª Parte da Missa diz respeito.

• Primeira Leitura: referindo-se em geral, ao Antigo Testamento, Deus apresenta um fato ou uma profecia que sirva de base, como exemplo ou motivação, para o tema central da Liturgia da Palavra.
• Salmo Responsorial: é momento de refletirmos e assimilarmos os conselhos através da leitura que acabamos de ouvir, para darmos uma reposta de gratidão a Deus por Sua Palavra a nós dirigida. Geralmente essa resposta de gratidão é manifestada pela declamação de um Salmo.
• Segunda Leitura: utilizando-se em geral de alguma Carta Bíblica do Novo Testamento, o Pai leva o tema central da Liturgia da Palavra, à vida prática de cada dia, mostrando-nos como aplicar os seus ensinamentos em nossa vida, em nosso dia-a-dia.
• Aclamação ao Evangelho: Cristo irá falar! Cristo vai anunciar a Palavra do Pai! Então a comunidade põe-se em pé a aclama o Cristo, cantando com alegria, fazendo como que uma recepção festiva à Sua Pessoa e à Sua Palavra.
• Evangelho: a palavra “evangelho” significa Boa Nova, Boa Notícia, Mensagem muito Importante. Obviamente, é um trecho tirado de um dos quatro Santos Evangelhos. Nele, o próprio Cristo vem se referir ao tema central da Liturgia da Palavra, vem trazer a verdade, a lição, o conselho do dia, vivido, analisado ou ensinado por Ele próprio. O Evangelho é a Palavra viva de Jesus, nosso Salvador.
• Homilia: a palavra “homilia” significa explicação, explanação. É o momento da Missa destinado a explicar as verdades contidas na Palavra de Deus que acabamos de ouvir nas Leituras e no Evangelho, a fim de colocar as mensagens nelas contidas ao alcance de todas as pessoas presentes.
• Profissão de Fé: é a declaração pública, consciente e convicta da própria fé que professamos. O “credo” como é chamada, é um resumo das verdades fundamentais da nossa fé, que nos foram anunciadas pelo Pai, através de Cristo, e na inspiração do Espírito Santo. Neste momento da missa, ao fazermos a nossa profissão de fé, demonstramos a nossa aceitação e adesão à Palavra de Deus a nós anunciada.
• Oração dos Fiéis: é a oração de todos por todos. Pois a Palavra de Deus deve atingir a todos. Os filhos presentes ao encontro, lembram ao Pai, todos os outros irmãos espalhados pelo mundo afora. Nesta oração, mostra-se a universalidade da Igreja. Onde quer que haja um cristão, é nosso irmão e nós pensamos nele.

Percebe-se que, nesta segunda parte da Missa: Deus fala conosco! Cristo vem ao nosso encontro, e comungamos da mesa da Palavra. Em cada Missa Deus tem algo a nos dizer.

3ª Parte) Liturgia Eucarística:

Na Missa, encontro entre o Pai e os filhos, além do diálogo existente, há a troca de presentes e ofertas. Há demonstrações de amor dadas pelos filhos ao Pai, e há demonstrações de amor dadas pelo Pai aos filhos. Os filhos entregam ao Pai o sacrifício da vida de Cristo, juntamente com os “frutos” da suas vidas. O Pai entrega aos filhos, na Comunhão, o Cristo imortal, para ser o companheiro e o salvador dos irmãos.
Lembre-se que a Missa é a atualização da Páscoa de Cristo. E, o conjunto de gestos e palavras necessários para que se torne presente o sacrifício (entrega) de Cristo, é realizado na Liturgia Eucarística.

• Ofertório: é a preparação do sacrifício de Cristo. Ofertório significa “apresentar”, “oferecer”. O homem que reflete e pensa em Deus como seu criador, sente necessidade de oferecer-se a Ele. Neste momento, o cristão faz o oferecimento de suas próprias vidas, simbolizadas no pão e no vinho, matéria necessária para a atualização e oferta do sacrifício de Cristo. Portanto, além do valor espiritual que possuem o pão e o vinho, porque depois de oferecidos ao Pai vão tornar-se Corpo e Sangue de Cristo, há o valor simbólico, pois representam os “frutos” da natureza e do trabalho humano. Há também, como parte do ofertório, a oferta espontânea em dinheiro, como sinal de gratidão a Deus, pelo muito que recebemos, não só materialmente, mas em muitos outros aspectos. Estas ofertas materiais, são destinadas à manutenção das celebrações e à organização e conservação da Igreja. E, na pessoa do sacerdote, a Igreja apresenta a Deus Pai, a vida e as realizações de todos.
- Convite à Oração (“Orai, irmãos e irmãs...”): é convite do sacerdote à oração de todos. Ele pede para que todos rezem para que o sacrifício que foi colocado sobre o altar do Senhor, no ofertório, seja aceito por Deus Pai.
- Oração sobre as Oferendas: ao terminar o ofertório, o sacerdote faz uma oração, na qual resume e reafirma nossos desejos e intenções ao fazermos a oferta.

• Oração Eucarística: (“Eucaristia” = “Ação de Graças”) com a oração eucarística, oração de agradecimento e de consagração, chegamos ao coração e ao ápice da celebração. O sacrifício de Cristo presente na Missa é eucarístico, isto é, “sacrifício para agradecer muito, para dar a maior prova de gratidão”. Se o ofertório é a preparação do sacrifício de Cristo, agora, o mesmo se realiza.
- Prefácio: introduz-se a oração eucarística. A Igreja, neste momento, rende graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, por todas as suas obras, pela criação, a redenção, a santificação. Toda a comunidade junta-se então a este louvor incessante, reconhecendo a grandeza de Deus e sua plenitude de santidade, entoando o hino do “Santo”.
Após a aclamação do prefácio, o sacerdote assume a posição de representante oficial da Igreja e da Comunidade reunida, para dirigir-se ao Pai, de modo especial e solene, através da Oração Eucarística.
- Prece Eucarística: a Igreja pede ao Pai que envie seu Espírito Santo sobre o pão e vinho, dons oferecidos pelos homens, para que se tornem por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
- Consagração: é o momento em que o sacerdote, age, do mesmo modo e com as mesmas palavras de Cristo na última Ceia, para transformar o pão e o vinho em Corpo e Sangue de Jesus. Neste momento, o próprio Cristo age e fala pelo sacerdote, o qual se torna um “instrumento” de Cristo. Com este ato, Cristo se faz sacramentalmente presente sob as espécies do pão e do vinho consagrados. Há o que chamamos de milagre da transubstanciação (transformação da substância).
É o momento em que se torna presente o sacrifício de Cristo. O calvário torna-se presente sobre o altar. Da mesma forma que Cristo se entregou a Deus, por nós, na Cruz, neste momento, Ele se entrega a nós, sobre o altar. Cristo está presente para ser oferecido novamente ao Pai.
Só a fé pode nos garantir a certeza de que sob as aparências de pão e vinho, está presente o Cristo vítima, sacrifício de nossa salvação. Este milagre torna-se um mistério de fé.
- Oração após a Consagração: o sacerdote prossegue a Oração Eucarística oferecendo o sacrifício de Cristo ao Pai. Depois, confiante no valor da oferta, pede para que aqueles que tomam parte da Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito e faz os pedidos necessários à Igreja, intercessões, em que exprime a Eucaristia sendo celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, com os pastores da Igreja, o Papa e os Bispos do mundo inteiro.
- Elevação Conjunta (“Por Cristo, com Cristo...”): é o oferecimento de Cristo ao Pai, por nós. Para concluir as orações próprias da oferta do sacrifício de Cristo ao Pai, o sacerdote realiza um gesto muito profundo. Ele, em nome do povo reunido, toma em suas mãos a patena com o Corpo de Cristo e o cálice com o Sangue de Cristo, ergue-os conjuntamente, como se estivesse entregando Cristo ao Pai, pela nossa redenção. É a “coroação” solene e grandiosa da Oração Eucarística, onde por Cristo, com Cristo e em Cristo, apresenta-se ao Pai, toda honra e glória, de hoje e de todos os tempos. Toda a comunidade exclama com alegria e exaltação o “Amém!”, num gesto de confirmação e participação no ato que foi feito.

• Ritos da Comunhão: um dos mais importantes momentos da Celebração Eucarística. A comunidade reunida se vê fortalecida com a presença do Senhor Jesus que se torna alimento para nossa vida espiritual.
- Oração do “Pai Nosso”: antes da aproximação à mesa da comunhão é necessária uma preparação. O sacerdote convida a todos os participantes para rezar a oração que o próprio Cristo nos ensinou. Nela, apreendemos a chamar Deus de Pai. É a oração que lembra nossa fraternidade, pois somos todos filhos do mesmo Pai, portanto somos todos irmãos. A participação na Eucaristia, nos leva a um compromisso com a fraternidade.
- Oração pela Paz: Cristo prometeu-nos a paz verdadeira. Fundamentando-se na promessa que Cristo nos fez, o sacerdote pede a paz. A paz é Cristo presente em nós. E, tendo esta paz de Cristo em nossos corações, devemos manifestá-la aos irmãos.
- Fração do Pão: o sacerdote parte a hóstia em duas metades. De uma delas retira um pedaço e o coloca dentro do cálice, fazendo assim a união do Corpo e Sangue de Cristo. Assim como a separação do Corpo e Sangue de Cristo simboliza a sua morte, assim também, a união dos mesmos, quer afirmar a presença de Cristo vivo, ressuscitado e glorioso. Na Santa Ceia, os convidados foram os Apóstolos. Na Ceia da Santa Missa, todos os participantes são convidados. O sacerdote saúda-os e lhes apresenta o Cordeiro, o Cristo sacrificado, que servirá como alimento na Ceia. Ele é o Cordeiro que tira o pecado e corrige a fraqueza.
- Comunhão: depois da comunhão do próprio sacerdote, os participantes da Ceia dirigem-se para junto do altar, para receber o Cristo. Momento de profundo respeito e de intimidade pelo encontro do homem com o Cristo vivo. Se depois da Consagração, nós oferecemos Cristo ao Pai, podemos dizer que agora, é o Pai que nos entrega o Cristo, para ser nossa força, nosso companheiro, nosso mestre. Ao recebermos Cristo vivo e real em nosso ser, pela recepção da Sagrada Comunhão, se produz em nós frutos de vida eterna. À medida que comungamos ao longo de nossa vida, cresce e amadurece a nossa vida espiritual.
- Oração depois da Comunhão: depois de fazermos a nossa oração pessoal de ação de graças ao Cristo vivo que está em nós, o sacerdote, em nome de toda a comunidade reunida, encerra oficialmente a Liturgia Eucarística com uma oração de agradecimento pelos ensinamentos recebidos na Liturgia da Palavra, pelo sacrifício de Cristo que foi atualizado, oferecido e recebido. E pede que a Eucaristia recebida produza em nós frutos de alegria, de vida cristã e de vida eterna.

Percebe-se que, nesta terceira parte da Missa: Deus vem ao nosso encontro! Através de Cristo, Deus nos atinge com sua graça redentora. Dá-nos em alimento para fortalecer a nossa alma. Comungamos da mesa Eucarística.

4ª Parte) Ritos Finais:

O encontro da família de Deus terminou. O sacerdote nos confere a Benção de Deus e em nome de Deus, nos envia em MISSÃO.

Agora, a Santa Missa continua em nossas vidas, pois ela não é um ato isolado na vida do Cristão. Durante a semana, o Cristão deve aplicar, com seu testemunho de vida, aquilo que “absorveu” na Celebração, buscando viver o mistério de Cristo na própria vida:
- viver a união com os irmãos, através de uma vida de ajuda mútua, de uma vida de fraternidade;
- alimentar a união com Cristo, através da oração e da luta contra as tentações e contra o pecado da injustiça e do egoísmo;
- colocar-se a serviço dos mais necessitados para, em união com Cristo, construir um mundo novo na justiça e na fraternidade.

Preparação de um altar para Celebração da Santa Missa
01 – Altar: representa a mesa que Jesus e os Apóstolos usaram para celebrar a Santa Ceia na Quinta-Feira Santa
02 – Toalha: lembra a dignidade e o respeito que devem ao altar.
03 – Sacrário: é onde ficam guardadas as âmbulas com Hóstias Consagradas.
04 – Ostensório: é onde se coloca a Hóstia Consagrada para Adoração dos fiéis.
05 – Lâmpada do Santíssimo Acesa: indica Jesus presente no sacrário vivo e real, como está no céu.
06 – Círio Pascal: é uma vela grande, benzida na cerimônia da Vigília Pascal (Sábado Santo). Indica “Cristo Ressuscitado”, “Luz do Mundo”.
07 – Carrilhão (sino): é acionado para maior atenção no momento da Consagração.
08 – Cálice: Nele se deposita o vinho que vai ser transformado em sangue de Jesus. É feito de metal prateado ou dourado.
09 – Patena: é como um pratinho que vai sobre o cálice. Na patena é colocada a Hóstia Grande, do Celebrante.
10 – Sanguíneo: é uma toalhinha comprida, serve para enxugar o cálice onde estava o Sangue de Jesus.
11 – Pala: é uma peça quadrada, que serve para cobrir o cálice com o vinho.
12 – Hóstias: as hóstias grandes e pequenas são feitas de trigo puro, sem fermento. A grande o padre consagra para si, é a maior para que todos possam ver.
13 – Âmbula: é igual ao cálice, mas fechada com uma tampa justa. Nela colocam-se as hóstias consagradas a serem distribuídas aos fiéis, e serve para guardar as hóstias consagradas no sacrário após a Missa.
14 – Galhetas: são duas jarrinhas que contém água e vinho. O vinho é para a consagração. A água serve para misturar no vinho antes da consagração, lavar os dedos do celebrante e purificar o cálice e as âmbulas depois da comunhão.
15 – Manustérgio: é para enxugar os dedos do celebrante no Ofertório.
16 – Corporal: é uma toalha branca quadrada, que vai no centro no altar. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se a Hóstia consagrada que é o corpo do Senhor.
17 – Missal: é o livro que o padre usa para ler as orações da Missa.
18 – Crucifixo: colocado no centro do altar, para lembrar o sacrifício de Jesus.
19 – Velas acesas: lembra Cristo luz do mundo. Simboliza também a nossa fé, pois, a Missa só tem sentido para quem tem fé.
20 – Flores: as flores simbolizam vida, beleza, amor e alegria.


5.8 - Maria: Mãe e Modelo da Igreja

Uma das devoções mais belas da Igreja Católica é à Virgem Maria, Mãe de Jesus; logo, mãe de Deus encarnado. É também nossa Mãe, Mãe da Igreja.

Sendo, a “Mãe de Deus”, jamais Maria pode ser uma “mulher qualquer”; seria uma ofensa ao Criador pensar assim. Ela foi escolhida por Deus, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do seu Filho feito homem. Ela lhe deu a carne humana, sem a participação de um homem, mas sim, por obra do Espírito Santo.

É lógico que não foi Maria quem criou o Verbo de Deus; Deus é incriado, sempre existiu por causa própria. Mas Maria, por vontade de Deus, tendo em vista a salvação nossa, se tornou verdadeiramente a Mãe de Deus humanado, como dizia São Bernardo.

No seu canto “Magnificat”, Maria disse: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48b). De fato, nestes dois mil anos de Igreja, jamais ela deixou de ser proclamada bem-aventurada, glorificada e amada. A Igreja católica presta um culto adequado àquela que é a Mãe de Deus.

Maria é a filha predileta de Deus Pai, a Mãe santíssima do Filho e a Esposa do Espírito Santo. Já percebeu a intimidade que ela tem com a Santíssima Trindade? Por isso, e muito mais, que a Santa Igreja Católica venera, ama, louva e bendiz Maria, sabendo assim que está prestando um culto de glória e louvor a Seu Filho que é Deus.

Mas Maria não é uma deusa, não pertence a Trindade divina. Toda a Tradição da Igreja, desde o primeiro século, fala abundantemente de Nossa Senhora; razão pela qual lhe presta um culto especial, a “hiperdulia”, que significa “grande admiração, veneração”, que é diferente de “idolatria”, que significa “adoração”, que é o culto pelo qual nos dirigimos somente à Deus.

Graças a Deus temos uma Mãe, que não é apenas uma boa mulher, mas a Mãe do próprio Deus encarnado, Mãe que nos ama e que intercede poderosamente junto à Deus por nós no céu.

Vamos refletir sobre alguns dos principais fatos da vida de Maria:


• Anunciação (Lc 1,26-38)

- Toda preparação e espera do Antigo Testamento se realiza em Maria. Ela é escolhida para ser a Mãe do Salvador;
- Recebe o anúncio do Anjo em sua casa, em Nazaré. A figura do anjo significa a dimensão de fé – (cfr. Jz 6,11-24; Ex 3,1-3);
- “Não conheço nenhum homem”. Maria não era casada. Era virgem;
- “Conceberá pelo Espírito Santo”. Nessa união se realizam a aliança de Deus com a humanidade;
- Nova Eva. A primeira disse “Não”. Maria diz “Sim” ao Plano de Deus;
- “Faça-se em mim segundo a Vossa vontade”. Ela se coloca a disposição de Deus, e neste diálogo com o anjo vemos a intimidade de Maria com Deus;
- Maria é o primeiro modelo de fé da Igreja. Ter fé é receber tudo de Deus e dar-lhe o que Ele quer de nós;
- “Eis aqui a serva do Senhor”. Significa: aceitação, abertura e pobreza;
- Foi aí que Jesus se encarnou: “e o Verbo se fez Carne” (Jo 1,14);
- A cada dia Maria vai renovar o “sim” e reviver a presença de Deus dentro dela. (Cfr.Lc 1,28);
- Há mudança de planos, mas ela sabe que aquilo que Deus escolhe para nós nos santifica mais do que quando escolhemos o próprio caminho;
- Maternidade de Maria é um grande privilégio. Ela é a Mãe de Jesus não só porque o gerou, mas fez a sua vontade;
- A fé é a virtude que Maria praticou em mais alto grau, com abertura a Deus. Fé é isto: aceitação – abertura à vontade de Deus – serviço e compromisso com os irmãos.




• Visita a Izabel (Lc 1,39-45;56)

- Lição de serviço e compromisso. Maria vai ao encontro dos necessitados. Caridade não é só dar, mas principalmente, doar-se ao irmão;
- Serviço: Quanto mais recebemos, mais devemos doar-nos;
- Sua prima Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, a saúda como “a Mãe do meu Senhor”, quando Maria foi visitá-la. “De onde me vem a honra de receber a visita da Mãe do meu Senhor?” (Lc 1,43). Santa Isabel foi a primeira a anunciar ao mundo quem era Maria: “a Mãe do meu Senhor”. Os judeus só usavam a expressão Senhor (=Adonai) para Yahweh(=Deus). Então, o que Isabel disse a Maria foi: És a Mãe de Deus.


• Magnificat (Lc 1,46-55)

- Maria, cheia do Espírito de Deus, canta um canto de louvor: “o Magnificat”;
- Nesse canto, vemos que Maria conhece toda a História da Salvação;
- Maria está aberta para Deus e para os irmãos. Tem a fidelidade dos Profetas;
- Ela conhece a realidade, angústias e esperanças do seu povo;
- Embora tenha um coração voltado para Deus, ela tem os pés na realidade do povo;
- Maria viveu as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus.


• Nascimento de Jesus (Lc 2,1-21)

- É preciso ir a Belém por causa do recenseamento. Apesar das dificuldades, Maria confia, porque sabe que o mesmo Deus que escolhera para Mãe do Salvador, providenciará um lugar para seu filho nascer;
- Esse também é o caminho daqueles que se colocam, mais perto, à disposição de Deus;
- Anúncio da Boa Nova aos pastores. Sempre a revelação de Deus é feita aos pequeninos;
- Obscuridade da fé. Maria não compreendia, mas guardava essas coisas no seu coração.


• Apresentação no Templo (Lc 2,22-40)

- Cumprimento da Lei – Obediência – Oferta dos pobres;
- Louvores de Ana e alegria de Simeão (profetas): “Agora Senhor, posso ir em paz porque meus olhos viram o Salvador”;
- Profecia de Simeão à Maria: “Uma espada de dor transpassará seu coração”. Mas Maria não se revolta porque sente a presença de Deus.


• Jesus no Templo entre doutores (Lc 2,41-52)

- Festa da Páscoa. Jesus fica perdido em Jerusalém. Maria o encontra no templo, entre os doutores da lei, e todos o admiravam pelas palavras que proferia. A profecia, no que diz respeito a missão de Jesus, começa a se realizar;
- A responsabilidade de Maria é grande. Ela a carrega não como um fardo, mas como graça de Deus;
- Resposta de Jesus: “Cuidar das coisas do Pai”. Maria é Mãe que compreende o filho.
- Jesus ia crescendo em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Maria era sua Mãe e catequista.


• Bodas de Caná (Jo 2,1-11)

- Primeiro milagre de Jesus. Mulher atenta, antecipa o milagre. Inicia-se aí, a vida pública de Jesus;
- Acreditou em Jesus antes do milagre e os discípulos demoraram para acreditar;
- Mulher pedagoga: “Fazei tudo o que Ele disser”;
- Ela pode pedir ao Cristo que transforme também a nossa água em vinho (as nossas dificuldades, as nossas dúvidas, etc.).



• Maria no Calvário (Jo 19,25-27)

- Maria acompanhou todo sofrimento de Seu Filho, flagelação, zombarias, crucificação.
- Vendo o Apóstolo João, Jesus, sobre a Cruz, nos deixa sua Mãe. Maria recebe uma nova maternidade: ser Nossa Mãe, Nossa Senhora, a Mãe da Igreja. É o próprio São João quem relata isto.
- João aos pés da Cruz de Jesus, representava cada um de nós batizados.
- A exemplo de São João, devemos levá-la para nossa casa, isto é, para nossa vida;
- O último presente que Jesus nos deu antes de voltar para o Pai foi Sua Mãe. E, se Jesus o fez, é porque precisamos dela como Mãe espiritual para chegarmos até o céu.
- No silêncio, Maria foi a mulher que mais alto falou do amor de Deus;
- Fez a mais bela oração: de fé, oferecimento, aceitação e fidelidade;
- Mais uma vez, agora no Calvário, ela reafirma o “faça-se”, o sim a Deus;
- Em pé, aos pés da Cruz, perseverante e firme na fé, vivenciou a Morte de Seu filho Jesus, ápice da redenção da humanidade.


• Pentecostes (At 1,14)

- Maria estava no nascimento da Igreja;
- Mulher de oração, também, em comunidade;
- Maria educou Cristo ao longo dos anos, acompanhou-o em sua vida pública, subiu com Ele ao Calvário, para ser mais tarde, a Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos.


Jesus veio por meio de Maria. Fez o seu primeiro milagre nas Bodas de Caná da Galiléia, por pedido dela, e, na cruz antes de morrer no-la deu como Mãe. Jesus nos deixou a Sua Mãe, que acompanha a cada um de nós, na luta desta vida, para ser o nosso auxílio. Jamais seremos órfãos de mãe, ainda que falte a nossa mãe terrena. A Igreja nos ensina a pedir as graças ao Filho através da Mãe.

Não tenhamos medo de ter devoção a Maria; quanto mais a amamos mais estaremos exaltando a Deus.
FONTE: http://www.catequisar.com.br